Estive nesta semana em Joaçaba no meio-oeste catarinense para pesquisar algumas situações. Gostei da cidade, foi minha primeira vez e tive uma boa impressão, acho que é uma excelente oportunidade de negócios, visto que mantém uma infra-estrutura razoável para o seu porte. Bom, mas o que me leva a escrever o post não é a visita em Joaçaba, mas a viagem e o que eu vi pelo caminho. Segui pela BR-282 e já na saída de Urubici comecei a constatar o grande reflorestamento de áreas com pinheiros (acredito que canadenses) nas margens da BR. Essas áreas abrangem desde Urubici até a saída de Lages em direção a São José do Cerrito, são enormes e compreendem uma grande extensão, e em alguns momentos a BR corta essas florestas.
Araucárias são poucas pelo caminho. Em Lages a fábrica de papel Kablin deve centralizar essa produção "extra" de madeira para beneficiamento e o que mais se vê são ex-produtores de lavouras partindo para a alocação das suas terras para plantio desses pinheiros de crescimento "rápido" e lucro certo.
Já pude constatar esse conceito quando das minhas viagens para o sul do Rio Grande do Sul, onde se viaja pela BR-116 em direção ao Rio Grande, vastas áreas de florestas de pinheiros que servem à Aracruz Celulose e uma outra fábrica da Votorantim. Ná época diversas reportagens a respeito, sobre as vantagens e desvantagens desse tipo de negócio e como as regiões eram atingidas ecologicamente.
A analogia de hoje é justamente sobre esses pinheiros plantados as margens dessas BR´s. É fato que as florestas de Pinheiros são belíssimas e quando você avista uma, fica embasbacado pelo verde, pelo formato uniforme e pela fortaleza que sugerem essas florestas. Também é fato que, chegando mais perto se verifica o que realmente acontece por baixo dessas florestas, nada, absolutamente nada cresce, nada se cria, somente um deserto, um atentado ao solo, onde somente os pinheiros sobrevivem.
Ora, quantos "pinheiros" você conhece? Pinheiros no seu trabalho, na sua família, na sua roda de amigos, que monopolizam e fazem morrer tudo a sua volta, ficando imponentes porém solitários, tendo como cúmplices somente outros pinheiros. A verdade é que estamos cercados deles, eles estão por todos os lados, ávidos por secar a terra ao seu redor, ávidos por tornarem-se mais altos, vistosos, sem olhar a quem e sem escrúpulos para alcançarem seus objetivos.
As nossas atitudes assemelham-se aos pinheiros? Se sim, é hora de refletir. Hora pra pensar que nossas vidas, nossas carreiras não podem crescer como pinheiros. Vivemos uma época de relacionamentos, nossas vidas são movidas por relacionamentos. A maneira como nos relacionamos determina se cresceremos como pinheiros ou não.
A partir dos nossos valores determinamos como vamos nos relacionar. A partir dos nossos relacionamentos determinamos como cultivaremos nossa sociedade. Nessas horas o que conta é a sua integridade, o seu caráter, a sua honestidade. Esses valores devem ser os reais norteadores das nossas carreiras.
Você pode ser pró-ativo, ter iniciativa, ter conhecimento e ainda assim ser um pinheiro, crescendo e matando tudo ao seu redor. Seu sucesso virá, mas não durará, pois por mais competitivo que seja o mercado que você está inserido, por mais pressão que possa ocorrer para conquista de metas, alcançar resultados, se você não agir com integridade, caráter e honestidade, você não agregará valores para as pessoas ao seu redor, não conseguirá trabalhar em equipe, não conseguirá descobrir talentos e quem sabe você não acaba em uma fábrica de papel.
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