Mais ou menos um ano atrás minha vida estava entrando em um parafuso com minha nona mudança. Talvez a mais significativa delas e certamente a que me deixou mais frustrado, já que fiquei sem as coisas que eu tinha de maior valor, família e emprego. Foi uma fase difícil, complicada, de muita reflexão, indignação e de redescoberta de coisas simples, principalmente dos amigos esquecidos, fundamentais para a manutenção do equilíbrio da força.
Esse equilíbrio foi conquistado aos poucos, voltando a ter prazer nessas redescobertas e voltando a fazer coisas que havia esquecido, conhecendo pessoas, lugares, ouvindo conselhos, escutando pessoas experientes que conheci, abraçando os familiares, amando meus filhos. Os calos adquiridos nessas mudanças também me fizeram um pouco mais reticente, racional e cauteloso com relação ao que há por vir. Nada que não mude minha característica de doação, de ser um cara prestativo e gentil.
E agora mais uma mudança, talvez a mais madura de todas, mais consciente e que pode me render mais frutos, lamento por essa mudança ocorrer somente agora, mas antes tarde do que nunca, afinal de contas nunca é tarde para abrir os olhos para si mesmo. E talvez eu esteja errado e tenha que começar novamente, talvez as coisas não saiam como estou planejando, talvez eu tenha que retornar um pouco mais, mas só saberei disso depois que mudar, depois que tentar, depois de agir.
3 comentários:
é assim que funciona, meu amigo, dando a cara à tapa. parabéns pela maturidade atingida, ela é atemporal. Conta comigo pra mudança! Abs
Tenho 19 anos e já me mudei, desde bem pequena, 10 vezes de casa e duas de cidade, e esse é o tipo de coisa que sempre deixa a pessoa fragilizada, pois ela está o tempo todo encarando um novo, uma vida nova, e nunca encontra estabilidade. O aprendizado e a maturidade vem da maneira, positiva ou negativa, que você encara essas mudanças. Até pouco tempo atrás eu as via como algo essencialmente ruim, que me havia trazido apenas problemas e dificuldades na socialização, agora já tento encarar as coisas com uma visão mais positiva, o que tem me ajudado a "seguir em frente".
Tenho 19 anos e, desde bem pequena, já me mudei 10 vezes de moradia e 2 vezes de cidade, e essas mudanças excessivas acabam sempre trazendo uma certa insegurança e instabilidade para a pessoa, que assim que firma uma base em determinado lugar é imediatamente obrigada a destruí-la e então recontruí-la em uma nova realidade, encarando o tempo todo esse novo que sempre assusta, e inibe.
Penso que a maturidade talvez venha da maneira, positiva ou negativa, com que se encara a situação, procurando extrair dela o máximo de beneficios possíveis e não a encarando como um peso que atrapalhe o desenvolvimento.
Postar um comentário